O grupo de ação climática “Geração Letzte” (Última Geração) anunciou uma mudança significativa na sua abordagem aos protestos, marcando o fim dos seus conhecidos bloqueios de rua e protestos à base de cola. Durante cerca de dois anos, o grupo tem estado na vanguarda do activismo climático na Alemanha, empregando tácticas disruptivas para chamar a atenção para a necessidade urgente de uma acção climática radical. No entanto, no futuro, deverão adoptar uma nova forma de protesto que promete permanecer inconfundível.
O fim de uma era
A partir de Março, a Geração Letzte planeia convocar “assembléias desobedientes” em todo o país, com o objectivo de reunir um grande número de pessoas em actos de resistência civil e pacífica. Esta medida significa um afastamento da sua estratégia anterior de divisão em pequenos grupos para bloquear ruas, um método que atraiu atenção e controvérsia.
Confrontos diretos e novos alvos
Além de organizar assembleias desobedientes, a Geração Letzte pretende confrontar diretamente aqueles que consideram responsáveis pela destruição climática. As ações futuras do grupo incluirão desafiar publicamente os políticos e os decisores, bem como visar locais de destruição de combustíveis fósseis, como oleodutos e aeroportos. Estes esforços visam responsabilizar aqueles que estão à frente de políticas e práticas prejudiciais ao ambiente.
Um apelo ao presidente federal
Um aspecto notável da sua estratégia revista é o plano de apelar ao Presidente Federal Alemão, Frank-Walter Steinmeier, instando-o a abordar publicamente a crise climática e a necessidade de uma mudança política significativa. As especificidades deste apelo serão detalhadas numa próxima carta, reflectindo o compromisso do grupo em influenciar o discurso político sobre a acção climática.
Reflexão e Resposta
O anúncio surge após um período de relativa tranquilidade para a Geração Letzte, que viu as suas ações serem ofuscadas por outros protestos, incluindo aqueles contra o extremismo de direita. A decisão de cancelar um bloqueio em massa planeado a favor da participação numa acção anti-direita sinaliza uma perspectiva mais ampla sobre o activismo e a solidariedade entre causas.
Desde o início dos bloqueios de ruas em 24 de janeiro de 2022, a Geração Letzte realizou 550 ações, segundo a polícia de Berlim, levando a 3,700 processos por parte do Ministério Público da cidade. As tácticas do grupo suscitaram debate no público e entre colegas activistas climáticos, com alguns criticando os métodos como contraproducentes.
Um novo capítulo no ativismo climático
À medida que a Geração Letzte embarca neste novo capítulo, o seu compromisso em tornar as questões climáticas inignoráveis permanece inabalável. A mudança dos bloqueios de rua para assembleias desobedientes e confrontos directos significa uma evolução estratégica que visa ampliar o impacto e o alcance da sua mensagem. Com a crise climática continuando a aumentar, os esforços do grupo para adaptar e intensificar o seu activismo reflectem a necessidade urgente de uma acção decisiva e de envolvimento da sociedade na abordagem dos desafios ambientais.